Distribuidora de Farinha de Trigo Importada

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Farinha de trigo mais cara pode forçar alta do pão

22-01-2013 19:56

 

Em dois meses, o produto teve reajuste médio de 30%. O aumento é resultado da "lei da oferta e da procura"


A saca de farinha de trigo teve reajuste médio de 30% em dois meses, informa o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Sorocaba e Região (Sipans). De acordo com o presidente da entidade, Paulo Roberto Baccelli, o aumento é resultado da lei da oferta e da procura já que, por conta de questões climáticas e políticas, há um volume menor do produto no mercado. Segundo Baccelli, as padarias não devem absorver todo o aumento e o pão deve ficar mais caro também em Sorocaba. Na cidade existem cerca de 200 panificadoras e pesquisa do sindicato mostra o preço do pão francês variando de R$ 3,35 a R$ 12 o quilo.

Como o preço do pão francês é livre, Baccelli diz ser difícil precisar um percentual médio do aumento na cidade. Isso, segundo ele, vai depender da capacidade de cada estabelecimento em absorver o impacto. "Farinha de trigo não dá para ser estocada por muito tempo, tem data de validade. Então, mesmo quem tem estoque logo vai ter que comprar o insumo com o reajuste", comenta o representante das padarias da região. Ele diz que o aumento da matéria prima do pão em janeiro foi "assustador". Como as últimas safras de trigo acontecem entre outubro e dezembro, no início do ano a tendência é que a farinha de trigo apresente estabilidade de preço. Entretanto, afirma o presidente do sindicato, uma saca com 60 quilos de farinha que em dezembro saia por R$ 60, em janeiro foi vendida por R$ 84 e os moinhos avisaram que nos próximos meses pode chegar a R$ 100. 

O Brasil precisa importar mais da metade do que consome de farinha de trigo e a Argentina é a principal fornecedora para o Brasil. "A safra de trigo da argentina foi menor e eles estão segurando para consumo interno", comenta Pivetta. Segundo ele a safra brasileira, que se encerrou entre novembro e dezembro, também foi menor do que o esperado prejudicando a formação de estoques reguladores. Assim, segundo a lei da oferta e da procura, a tendência é que os preços continuem subindo pelo menos até a próxima safra, que deve começar até junho. Fontes ligadas à industria do trigo em São Paulo confirmam dificuldades na compra do trigo argentino em grandes volumes. Essas fontes dizem ainda haver uma questão política agravando a situação já que a Argentina está fechando seu mercado.

Como alternativas para driblar o encarecimento do trigo argentino os moinhos podem buscar os mercados americano, canadense e europeu. Ainda assim, o encarecimento do produto é inevitável pois essas transações não são beneficiadas pela redução tributária existente no Mercado Comum do Sul (Mercosul), grupo econômico do qual Brasil e Argentina fazem parte. Assim, mesmo que se busque novos fornecedores, a cobrança de impostos vai encarecer o preço da matéria prima do pão. O pão é considerado alimento essencial e por isso recebe tratamento diferenciado na tributação. "O governo já não cobra impostos da cadeia então, não tem o que possa ser feito da parte deles", comenta o presidente do sindicato.
 
Aumento de preço
 
Por dois meses a padaria do empresário Sidney Pivetta segurou o aumento do preço do pão francês. A primeira alta no preço da farinha de trigo aconteceu em novembro. "A saca foi de R$ 64 para R$ 76", conta ele, um aumento superior a 18%. O repasse para os consumidores, porém, aconteceu em janeiro e foi parcial. O pão francês, que era vendido a R$ 9,70 o quilo passou para R$ 10,5, ou seja, 8,2% de aumento, o restante foi absorvido reduzindo as margens de lucro do produto. "Nossos fornecedores falam de quebra na safra da Argentina e o produto brasileiro não é de boa qualidade. Nós seguramos a alta enquanto deu", comenta o empresário. Ele afirma ainda que os fornecedores já avisaram que novas altas são previstas e não descartam a falta de farinha de trigo no mercado brasileiro. 

Há 39 anos trabalhando no ramo da panificação, Pivetta lembra já ter passado por situações parecidas e desconversa sobre novos repasses para o consumidor. "Vamos continuar esperando e aguardar novos acontecimentos", ponderou o empresário. Segundo ele a esperança é que a próxima safra recupere o mercado. Produto essencial nas mesas dos sorocabanos, o aumento é rapidamente percebido pelos consumidores. "Os clientes entendem a situação. Eles não deixam de comentar o aumento, mas quando explicamos a situação a aceitação é melhor. É o mercado não somos nós", lamenta o empresário.

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